Entendendo a realidade dos jovens alemães e como o trabalho publicitário da ideologia nazista fez com que esta fosse encarada como diretriz das vontades dos jovens alemães de se rebelar e de mudar a sua realidade política, econômica e social, pode-se refletir um pouco sobre a nossa sociedade na qual a propaganda é essencial para o incentivo do consumo e acaba por condicionar nosso estilo de vida, convencendo-nos de necessidades e difundindo verdades que nos levam a agir sem pensar no que realmente representam para nós e para o mundo em que vivemos.
Entender a publicidade de nosso tempo faz-se essencial a este trabalho, porque ela envolve os jovens e esvazia seus sentimentos rebeldes da mesma maneira eficaz com a qual os preenche – ela pode cegar quando simplesmente absorvida, mas pode abrir os olhos quando percebida.
Coca-Cola – Viva as diferenças!
“O produto como ponto convergente das diferenças”
A começar pelo slogan deste anúncio publicitário entende-se que ele reverencia o valor da diferença entre as pessoas, a individualidade do ser humano e de suas vontades e o respeito que deve existir entre indivíduos diferentes numa mesma sociedade. Mas, como são construídas e articuladas essas idéias e, antes de qualquer coisa, por que essas idéias são difundidas por uma propaganda comercial? Viva quais diferenças?
Partamos da identificação da pequena trama presente neste vídeo: há pessoas ao longo do caminho percorrido pela personagem principal deste anúncio, as quais não tem uma expressão tão segura e ativa quanto aquele que toma o refrigerante. Ao longo das imagens, ele adquire caracteríticas EXTERNAS ao partilhar o produto com os outros. Por fim, o jovem encontra uma garota que também está diferenciada esteticamente e consumindo o mesmo produto, podendo formar com ela um casal.
Assim, podemos dividir a propaganda em 4 tipos de planos: o que possui um garoto andando feliz – com uma garrafa do produto em questão -, o que possui os grupos de pessoas que tem características próprias, mas que não dialogam entre si – sem o refrigerante –, aquele em que o primeiro partilha o refrigerante com os demais, e o que apresenta um final feliz.
Quando se apreende estes planos é possível entender o quanto o vídeo é representativo, pois o personagem colocado de maneira positiva por consumir Coca- Cola e que, inclusive, encontra um par romântico, num final feliz, não está entre aqueles que possuem uma característica própria, uma personalidade ‘espontânea’. Contudo, ele se apresenta como o único capaz a dialogar com todos, por ter com ele o objeto de mediação deste diálogo: o refrigerante.
Assim, o personagem central é construído como o “cara bacana", capaz de seguir as tendências dos lugares em que passa, carregando uma marca de cada grupo quando entra em contato com eles. Os grupos das cenas não conseguem dialogar uns com os outros. Será que é porque eles não se aceitam? Dentro deste contexto só o consumidor daquele produto é democrático e liberal a ponto de aceitar as diferenças de todos, porque ele possui este instrumento.
Todas as idéias presentes no anúncio podem e devem ser questionadas, pois ela trabalha as diversas condições de rebeldia existente nos jovens, mas coloca o produto como único elo entre as diferenças presentes em cada grupo de jovens paralelos à figura central da ‘trama’.
Dentro disso ficam algumas questões: O que é ser diferente? Por que os indivíduos de grupos diferentes estão tão distantes; esta é realmente a realidade? Todos tem que consumir um refrigerante IGUAL para então conseguirem aceitar suas diferenças?
No intuito de agregar consumidores, a publicidade coloca de maneira implícita, ou não, padrões de conduta. Para tal, utiliza-se de alguns valores que já estão presentes em nós, mas que podem ser moldados, através de seus artifícios e de acordo com seus interesses.
Coca-Cola – GTA
Este anúncio publicitário tem uma linha de raciocínio clara: num primeiro momento há uma atmosfera de caos, e um jovem integrando este clima chega até uma pequena loja, na qual ele compra uma Coca-cola. Eis seu ponto máximo! Dái em diante tudo se modifica - o jovem começa a executar boas ações e o caótico torna-se harmônico, ao som de uma alegre música.
É claro, não é à toa que o jovem da propaganda está de calça jeans e jaqueta de couro: os símbolos vestuários da rebeldia dos anos 50! Este rebelde não pôde exercer um papel positivo, mas quando ele tomou seu refrigerante suas atitudes se modificaram ao mesmo tempo em que se despiu dessas roupas.
Vejam que de início o personagem é o rebelde-desordeiro, agindo com sentimento de rebeldia estereotipado de maneira totalmente negativa. Então, ao fim do vídeo, o jovem é o rebelde-redentor: ele age, muda e estabelece a ordem a partir do consumo do produto em questão.
Cabe lembrar que o jovem rebelde presente no anúncio é o mesmo presente em um jogo eletrônico, no qual ele relamente age fora da ‘legalidade’. Daí, a propaganda também pode ser vista como uma paródia do jogo, colocando o produto como instrumento de redenção deste personagem, já conhecido de alguns espectadores.
No momento final do vídeo, em que o “mundo” se apresenta em harmonia, percebe-se que a música ao fundo se altera, introduzindo um clima de alegria e, de maneira gradual, regindo os movimentos sincrônicos de todos os outros indivíduos que interagem com o personagem central. Forma-se então, com um pôr do sol particular, uma grande parada, um desfile organizado, exuberante e digno de admiração.
Entender a publicidade de nosso tempo faz-se essencial a este trabalho, porque ela envolve os jovens e esvazia seus sentimentos rebeldes da mesma maneira eficaz com a qual os preenche – ela pode cegar quando simplesmente absorvida, mas pode abrir os olhos quando percebida.
Coca-Cola – Viva as diferenças!
“O produto como ponto convergente das diferenças”
A começar pelo slogan deste anúncio publicitário entende-se que ele reverencia o valor da diferença entre as pessoas, a individualidade do ser humano e de suas vontades e o respeito que deve existir entre indivíduos diferentes numa mesma sociedade. Mas, como são construídas e articuladas essas idéias e, antes de qualquer coisa, por que essas idéias são difundidas por uma propaganda comercial? Viva quais diferenças?
Partamos da identificação da pequena trama presente neste vídeo: há pessoas ao longo do caminho percorrido pela personagem principal deste anúncio, as quais não tem uma expressão tão segura e ativa quanto aquele que toma o refrigerante. Ao longo das imagens, ele adquire caracteríticas EXTERNAS ao partilhar o produto com os outros. Por fim, o jovem encontra uma garota que também está diferenciada esteticamente e consumindo o mesmo produto, podendo formar com ela um casal.
Assim, podemos dividir a propaganda em 4 tipos de planos: o que possui um garoto andando feliz – com uma garrafa do produto em questão -, o que possui os grupos de pessoas que tem características próprias, mas que não dialogam entre si – sem o refrigerante –, aquele em que o primeiro partilha o refrigerante com os demais, e o que apresenta um final feliz.
Quando se apreende estes planos é possível entender o quanto o vídeo é representativo, pois o personagem colocado de maneira positiva por consumir Coca- Cola e que, inclusive, encontra um par romântico, num final feliz, não está entre aqueles que possuem uma característica própria, uma personalidade ‘espontânea’. Contudo, ele se apresenta como o único capaz a dialogar com todos, por ter com ele o objeto de mediação deste diálogo: o refrigerante.
Assim, o personagem central é construído como o “cara bacana", capaz de seguir as tendências dos lugares em que passa, carregando uma marca de cada grupo quando entra em contato com eles. Os grupos das cenas não conseguem dialogar uns com os outros. Será que é porque eles não se aceitam? Dentro deste contexto só o consumidor daquele produto é democrático e liberal a ponto de aceitar as diferenças de todos, porque ele possui este instrumento.
Todas as idéias presentes no anúncio podem e devem ser questionadas, pois ela trabalha as diversas condições de rebeldia existente nos jovens, mas coloca o produto como único elo entre as diferenças presentes em cada grupo de jovens paralelos à figura central da ‘trama’.
Dentro disso ficam algumas questões: O que é ser diferente? Por que os indivíduos de grupos diferentes estão tão distantes; esta é realmente a realidade? Todos tem que consumir um refrigerante IGUAL para então conseguirem aceitar suas diferenças?
No intuito de agregar consumidores, a publicidade coloca de maneira implícita, ou não, padrões de conduta. Para tal, utiliza-se de alguns valores que já estão presentes em nós, mas que podem ser moldados, através de seus artifícios e de acordo com seus interesses.
Coca-Cola – GTA
Este anúncio publicitário tem uma linha de raciocínio clara: num primeiro momento há uma atmosfera de caos, e um jovem integrando este clima chega até uma pequena loja, na qual ele compra uma Coca-cola. Eis seu ponto máximo! Dái em diante tudo se modifica - o jovem começa a executar boas ações e o caótico torna-se harmônico, ao som de uma alegre música.
É claro, não é à toa que o jovem da propaganda está de calça jeans e jaqueta de couro: os símbolos vestuários da rebeldia dos anos 50! Este rebelde não pôde exercer um papel positivo, mas quando ele tomou seu refrigerante suas atitudes se modificaram ao mesmo tempo em que se despiu dessas roupas.
Vejam que de início o personagem é o rebelde-desordeiro, agindo com sentimento de rebeldia estereotipado de maneira totalmente negativa. Então, ao fim do vídeo, o jovem é o rebelde-redentor: ele age, muda e estabelece a ordem a partir do consumo do produto em questão.
Cabe lembrar que o jovem rebelde presente no anúncio é o mesmo presente em um jogo eletrônico, no qual ele relamente age fora da ‘legalidade’. Daí, a propaganda também pode ser vista como uma paródia do jogo, colocando o produto como instrumento de redenção deste personagem, já conhecido de alguns espectadores.
No momento final do vídeo, em que o “mundo” se apresenta em harmonia, percebe-se que a música ao fundo se altera, introduzindo um clima de alegria e, de maneira gradual, regindo os movimentos sincrônicos de todos os outros indivíduos que interagem com o personagem central. Forma-se então, com um pôr do sol particular, uma grande parada, um desfile organizado, exuberante e digno de admiração.